Pastiche

Written By Ana Claudia Gomes on quinta-feira, 18 de abril de 2019 | 13:32


Corre à boca pequena que tem gente querendo construir uma réplica da demolida igreja matriz do Carmo, na principal praça de Betim.
Se corre à boca pequena, a ideia deve ter partido de gente poderosa que quer deixar uma marca visível, transparente.
Ora, já tem uma marca lá. Um monumento pós-moderno que reconhece a tragédia da história. A igreja jamais voltará ou será como antes. Havia detalhes demais que ninguém lembrará, pois era barroca. Ver barroco no dicionário.
Uma construção atual que tenta reviver um monumento perdido se chama pastiche. Uma veleidade da vaidade. Ver no dicionário pastiche.
Já fizeram um pastiche nas ruínas da usina Dr. Gravatá. Que pena... Isso depõe contra nossa cultura em patrimônio cultural.
A cidade tem tantos monumentos de memória em ruínas. Na própria Rua Dr. Gravatá subsistem uns dois. Na Rua do Rosário, pérolas art dèco e modernistas. 
Vamos descentralizar: no PTB, na Colônia Santa Izabel, na Chácara, no Teresópolis, em Santo Afonso.
Por que não designar uma empresa para cada pérola? A privatização é a onda da vez mesmo...
Vaidade, oh vaidade. Lustra as pérolas da cidade! Muita gente vai se ver. E por enquanto, deixa o já pastiche igreja de São Cristóvão. Com respeito à comunidade que a mantém. Mas sem deixar a língua entredentes.
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