A feira hippie

Written By Ana Claudia Gomes on domingo, 23 de abril de 2017 | 05:26

Quem mora na grande beagá sempre pode ter no horizonte, numa manhã de domingo, um passeio à feira hippie. E já aproveita para ver um concerto de orquestra. Um baile da saudade. Uma capoeira. Comer um acarajé. Qualquer coisa, já emenda com os jilós do Mercado Central.
Já nem todo mundo chama a feira hippie assim. Pra alguns é a feira da Afonso Pena mesmo. Para muitos o nome ficou. O de memória.
Consta que a feira foi criada na Praça da Liberdade, por um grupo de artistas e artesãos em 1969. Era o auge do movimento hippie e fazia parte do estilo de vida referido produzir e vender artesanato. Não qualquer artesanato, mas aquele próprio do estilo de vida hippie.
Com o tempo, o estilo de vida hippie arrefeceu. E a padronização dos produtos industriais ajudou a fazer renascer o gosto por produtos feitos à mão.
A prefeitura de beagá, que já assimilara a feira hippie em 1972, optou por deixar entrar a mudança na feira, agradando ora a gregos ora a troianos.
Daí veio o turismo como indústria e como consumo. O produto único e feito à mão ficou inviável por diversas razões. Citemos como exemplo as razões das sacoleiras.
Hoje a base da feira é a manufatura, segundo seus organizadores. E o nome oficial é Feira de Artes, Artesanato e Variedades. Feira hippie é o nome popular, porque tem lastro. Em memória.
(Viagens em beagá).
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