O capitalismo financeiro estaria engendrando uma nova sociedade, ou o fim dela, e uma nova cultura. Uma mutação antropológica. Tem aí a ideia de que a economia determina a vida social e a cultura. Não sei se isso é verdade porque já nasci na era da pós-verdade.
Geração conectiva é aquela que aprende mais palavras através das máquinas do que através da voz de uma pessoa próxima (mãe ou familiar). Imagina uma criança que aprende mais palavras através de animações do que através de um humano próximo. Imagina as vozes dos Simpsons. Isso estaria produzindo uma relação funcional e não mais afetiva com a comunicação.
Nativos digitais ou pessoas nascidas na era das tecnologias da comunicação são também de uma geração pós-alfabética. Talvez por isso agora não estejamos conseguindo ensinar as artes da leitura e da escrita. Antes já não conseguimos. Mas por outros motivos.
Estaria a humanidade a se suicidar. Por isso um aumento de sessenta por cento no suicídio de jovens. A vida hoje seria um inferno. Nada daquela ideia de que vivemos melhor que nossos antepassados. Nada da ideia de progresso.
A cultura feminista pode ser considerada a única forma cultural e existencial que poderia criar lugares psíquicos e físicos de autonomia frente à agressão econômica e à agressão terrorista suicida verificada na era do capitalismo financeiro.
O suicídio da humanidade parece no momento irreversível para o autor. Não quer dizer que vamos desaparecer fisicamente. É o tipo de laço entre nós, por nós mesmos denominado humanidade, que nesse momento desaparece.
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Notas sobre o pensamento do filósofo Franco Berardi
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