Teve um dia que eu tava fazendo programa de índio. Perdão. Aula sobre índio. Papo vai, papo vem, fomos dar em Tupã, em como se forma o trovão. Quando dei por mim, já estávamos em Júpiter. Era para eu ser a professora, mas papo foi, papo veio, e o meu trabalho não passava de evitar que um astrônomo esmurrasse o outro por causa de suas ignorãças.
Os meninos eram daquele tipo mais saudável, o capeta em forma de guri. Tinha que ver a discussão sobre estrela cadente ser meteorito. Sobre Plutão ser ou não planeta. Sobre o futuro do Big Bang.De repente, nós, vinte e poucas ou poucos, estávamos assistindo a um acalorado debate entre quatro eruditos sedentos por esclarecer a turba de seu saber.
Eu vislumbrava assim um bocado de parzinhos de olhos curiosos, feito vagalumes. Os meus estavam arregalados. Perdão. Regalados.
Se na hora não agradeci por ter maxilares, agradeço agora.
Eu, com essa mania de saber a fonte, fui pesquisar, era cultura de videogame. Agora resta caçar a aula de cartografia que vai bater o Pokèmon Go.
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