Eu já a conhecia das páginas de divulgação. Lera sobre suas mil e uma histórias nas enciclopédias escolares. Mesmo um saudoso amigo, professor, a mim emprestara uma luxuosa edição do original. Mas não a tendo tomado em conta devidamente, Sheerazade fez-se diante de mim em corpo e alma.
Eu estava olhando torto para dentro de mim mesma. A minha vida estava em risco, não a dela. Mas Sheerazade, como é de seu feitio, quis contar uma história.
Não posso reproduzir essa primeira narrativa, pois é uma obra-prima. Deve ser contada pela própria Sheerazade. E depois, por outras conhecedoras de tal história. Serve para a cura das feridas d'alma.
Acho que Sheerazade quis tanto salvar a minha vida, que contou primeiro a milésima primeira história. A da libertação.
Já encantada, outro dia voltei à senhora das histórias. E a encontrei. Posso
arriscar um reconto dessa segunda narrativa. É de domínio público. Mas acrescento meu ponto.
Um menino crescera em África, e Sheerazade deve saber em que povo. Em meio a desigualdades, injustiças,
devastação.
Um dia, recebeu nos sonhos um pássaro que lhe falou sobre coisas a fazer para melhorar o mundo. O menino decidiu orientar sua vida pelas palavras do pássaro e conquistou muitos companheiros. Tornou-se professor, para ensinar, a quem tivesse ouvidos, o que ia aprendendo. Sonhando para continuar acordado.
Ao final de uma brilhante vida, eis que lhe reaparece o pássaro em sonho, e diz: você deve conhecer um lugar. E lhe mostra uma espécie de paraíso, onde o agora venerável senhor adquirira o direito de viver. Encantado com o que via, porém, dirigiu-se humildemente ao pássaro: eu me sinto muito honrado, mas, se me for permitido, quero voltar à minha terra. Desejo ser lá mais útil.
Um dia, recebeu nos sonhos um pássaro que lhe falou sobre coisas a fazer para melhorar o mundo. O menino decidiu orientar sua vida pelas palavras do pássaro e conquistou muitos companheiros. Tornou-se professor, para ensinar, a quem tivesse ouvidos, o que ia aprendendo. Sonhando para continuar acordado.
Ao final de uma brilhante vida, eis que lhe reaparece o pássaro em sonho, e diz: você deve conhecer um lugar. E lhe mostra uma espécie de paraíso, onde o agora venerável senhor adquirira o direito de viver. Encantado com o que via, porém, dirigiu-se humildemente ao pássaro: eu me sinto muito honrado, mas, se me for permitido, quero voltar à minha terra. Desejo ser lá mais útil.
Depois de me lançar esse feitiço, Sheerazade desapareceu. Ela agora só me aparece em outros corpos. Ou em alma. Pois faltam muitas histórias.
Fonte da imagem: http://mileumanoites.net.br/2015/03/a-origem-dos-contos-de-as-mil-e-uma-noites/ (acesso em 24/07/16).
Fonte da imagem: http://mileumanoites.net.br/2015/03/a-origem-dos-contos-de-as-mil-e-uma-noites/ (acesso em 24/07/16).
0 comentários :
Postar um comentário