Paraíba é um antigo amigo da minha família. Todo problema cotidiano de manutenção das nossas casas, confiamos a ele.
Um dia descobri abestalhada que ele não é da Paraíba, é de Pernambuco. Veio para o sudeste a fim de buscar melhores condições de vida, e tanta luta, moço... Tá vendo aquele edifício? Ele também trabalhou lá. Mas nem sempre pode entrar.
Porém, sertanejo é um forte, e algo aconteceu no nordeste, na última década. Paraíba tem ido lá bienalmente, para pisar sua pátria pequenina, como se fosse o saudoso poeta. Para ver sua mãe.
Tinha resolvido voltar para casa em breve. Lá teria escolas técnicas e faculdades para seus filhos, empregos para todos, pois uma indústria automobilística estava sendo implantada. Embora eu lamente que o nordeste tenha que pagar esse preço para que Paraíba volte.
Numa cidade encravada a exatos sessenta quilômetros de dois grandes centros, Recife e João Pessoa, as saudades da Paraíba e de Pernambuco estavam efervescendo.
Eu perderia a vigilância e proteção cotidiana de um companheiro e conselheiro fiel. Mas este ganharia seu berço, seu colo de mãe, a praia, o trabalho, a formação da família.
Eu sinceramente desejei. Volte para seu lar, Paraíba, volte para lá. Mas algo aconteceu no Brasil sabe. O vento virou. De repente, não é mais alvissareiro voltar para o nordeste.
Ainda bem que gorjeiam como lá as aves de cá. Paraíba, o sudeste também é seu lar.
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Paraíba vai voltar para o nordeste
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